Dor de cabeça. Um bom diagnóstico graças à medicina laboratorial

Quadro clínico

Um homem de 21 anos iniciou um quadro agudo de cefaleia intensa, de intensidade ocasionalmente crescente, sobretudo na região occipital, acompanhada de tonturas e febre (37,4 graus Celsius) e uma sensação moderada de náuseas. O doente tinha estado a surfar nos dias anteriores ao quadro clínico.
O exame físico revelou que o doente estava globalmente afetado, consciente e orientado. Não havia défices motores. Os achados do exame incluíam uma rigidez moderada do pescoço.

Dados laboratoriais

Apresentava leucocitose moderada, com níveis normais de plaquetas e hemoglobina. A função renal era normal. As culturas de urina e de sangue foram negativas.

O estudo do líquido cefalorraquidiano mostrou leucocitose (450 microlitros), com menos de 50% de polimorfonucleares, glicémia de 60 mg/dl, proteínas <100 mg/dl e coloração de Gram negativa.

O estudo PCR (Polymerase Chain Reaction) para diferentes vírus e bacterias, incluindo o Parvovírus B19 e o Vírus do Nilo, foi negativo, como se pode ver no painel abaixo:

 

Evolução clínica

O doente permaneceu durante três dias com mal-estar geral, com cefaleias que por vezes descrevia como se “alguém lhe estivesse a dar um pontapé na região occipital”, náuseas e febre. O quadro foi tratado sintomaticamente, com antibioticos e aciclovir, ate o resultado final das amostras bacterianas. O doente recuperou completamente sem sequelas.

Diagnóstico final

Meningite linfocítica de origem viral.
Uma determinação específica por PCR determinou o vírus responsável pela infeção.

Disponibilizamos o seguinte QUIZZ para ajudar aqueles que querem sugerir a etiologia.

Comentário final

O conhecimento da patologia viral, juntamente com um protocolo estabelecido para realizar um painel de vírus frequentes, e a técnica de Reação em Cadeia da Polimerase, permitiram realizar o diagnóstico num curto espaço de tempo e com precisão. Embora o tratamento seja sintomático, o conhecimento do agente causador da doença é fundamental para estabelecer o seguimento do paciente.

 

Se quiser conhecer o agente etiológico, apresentamo-lo na análise seguinte, AQUÍ

Autor: Lorenzo Alonso Carrión

FORO  OSLER

 

 

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