DIAGNÓSTICO OU UMA EXPLICAÇÃO DESCRITIVA
Em um mundo ideal, todo paciente deve ter um diagnóstico após uma visita a um serviço de emergência, pelo menos, este é um importante “mantra” em Medicina. Claro, a incerteza está sempre presente no diagnóstico médico e vies de raciocínio, “clinica zebras”, o mais importante, é sempre difícil dar um nome exato para o
problema clínico do paciente, porque os seus sintomas e sinais podem ser comuns a outros processos e não permitir discriminar entre várias doenças. A medicina moderna tenta ser precisa e encontrar o nome exato de uma doença, mas isso nem sempre é possível no mundo real. Então, o que podemos fazer? Os pacientes precisam de uma explicação para seu problema e um plano de acompanhamento imediato. Isso é diferente do que apenas descrever a situação usando um sintoma como o diagnóstico, uma vez que esta explicação deve basear-se num raciocínio anatômica ou fisiopatológico.
Quantos pacientes recebem alta de um departamento de emergência com um sintoma como o diagnostico, como “dor lombar”, “dor abdominal não cirúrgica” ou “epigastralgia” sem uma explicação das possibilidades de evolução ou sintomas de alarme? Descrever o problema, explicando as possíveis etiologias, estabelecendo um plano de acompanhamento, é uma alternativa quando um diagnóstico específico de início não pode ser determinado. É importante investir o tempo necessário para o paciente e a família entenderem a situação e escrever um parágrafo narrativo em vez de apenas uma frase ou uma linha como julgamento clínico. A obtenção de um “bom” resultado para o paciente significa satisfação para o paciente, para a família e para o médico, e isso é o resultado de um caminho complexo de decisões diárias, conversas e raciocínio. A conclusão é que devemos procurar um diagnóstico, encontrar o problema de saúde exato do paciente, mas, quando não há uma resposta clara, temos que explicar ao paciente o leque de possibilidades e como estar atento aos possíveis sinais e sintomas que podem dar a chave do seu problema.
Lorenzo Alonso. Foro Osler